Sábado, 24 de Janeiro de 2004

O reencontro...

... do aluno e sua primeira professora 


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Foi emocionante ver como aquele "aluno" passados muitos, muitos, anos escutava eternecido a sua primeira mestre de escola.


A sua professora conta actualmente com linda idade de oitenta e nove anos. É ainda hoje a  sábia mestre de muitas meninas, meninos, senhoras e senhores lá da aldeia onde vive. Todos  pedem conselhos e ouvem suas opiniões sobre este ou aquele assunto.


 A Dona Ermelinda, como é conhecida esta velhinha professora, é um pólo dinamizador de toda a terra, dentro e fora de muros... é a fonte de inspiração de todos. Continua a colaborar nos periódicos locais, a escrever a sua poesia, a pintar os seus quadros, a fazer teatrinhos, a coreografar, a ensinar a bordar, a ensinar a cozinhar, a ensinar a amar o próximo, a ensinar , a ensinar... Transporta em si uma dádiva de amor e dedicação interminável.


À Dona Ermelinda TODA A COMUNIDADE está a dever um rasgado elogio público. E, porque não fazer chegar esta SENHORA às mais altas esferas do País para que lhe seja atribuído um galardão em reconhecimento pela importância do trabalho que tem desempenhado ao longo da sua vida? Porque não a atribuição duma medalha no dez de Junho pelas mãos de Sua Excelência o Senhor Presidente da República?? Afinal é a esta Mestre de Escola que se deve (não tenho dúvida) a manutenção e a fixação do aglomerado populacional, do lugar onde vive, evitando desse modo mais uma terra desertificada neste País...


Esta Senhora é uma pérola que o concelho de Ribeira de Pena não pode esquecer! Foi muito gratificante ver o entusiasmo embevecido que o "velho" aluno "bebia" a leitura dos poemas da sua professora primária.


Hoje, esse aluno, também ele é professor. O aluno, que conta já uma belíssima idade de quase setenta e sete anos, não se cansa de elogiar "a metodologia pedagógica" da sua professora primária recontando, as vezes sem conta, que ela repetia os testes preparatórios para seus exames, de como tinha orgulho em levar "seus meninos" à sede de concelho para serem testados nos seus conhecimentos e, como  lhes proporcionava o conforto pagando a Pensão para que se encontrassem bem descansadinhos no dia do exame.


Claro, todos obtinham a nota máxima! TODOS BRILHAVAM!!


 Estamos a relatar acontecimentos passados na década de trinta do século XX. Era uma época de extrema pobreza em Portugal, nomeadamente nas terras de interior como Agunchos, em Ribeira de Pena.


Esta SENHORA já demonstrava um coração de uma imensa nobreza preocupando-se com a estabilidade física e emocional dos seus pupilos...


 Hoje, este aluno é professor numa Universidade em Brasília... E, também ele à semelhança da mestre mantém uma grande actividade intelectual. Também ele escreve obras lúdicas e de erudição, também ele me parece uma pessoa de extraordinária bondade


Um dia escreverei deste "emigrante" Português que fez obra fora de Terra Lusa.


Maricelper 


 

publicado por marce às 10:39
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De Anónimo a 19 de Agosto de 2005 às 08:52
Porque não escrevemos mias, os naturais de lá, sobre Agunchos?magalhaes
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(mailto:wwwjomaga@iol.pt)
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De
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(moderado)
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