A quem serve isto?A quem serve este inferno?
Esta imagem, dum homem em Boticas, Vila Real, lutando numa guerra desigual, foi retirada dum jornal Panamiano online: o
Dia a Dia. Aí também é referido o drama peninsular que afecta os haveres e suas gentes.
Muitos rios de conversa têm escorrido por entre os dedos e as gargantas de muita gente... Sim muitos rios! Agora, sequiosos, estão impotentes com tanta água que deixaram escoar para o mar.
Hoje vive-se num revoltado mar de chamas... Sem uma gota de precioso líquido para o sossegar.
Agora vemos saltar dos corpos rios de lágrimas... Que são apenas gotas de quem perdeu o seu amar.
Ou, vemos apenas gente, que de tão dorida, se encontra resignada por mais esta partida que a vida lhes pregou.
Assistimos de cadeira a todo este horrendo espectáculo que se tornou um show televisivo à hora do Jantar...
Alguns, conhecedores dos timings da reconstituição do seu património perdido, perderam já a esperança de qualquer renovação. E os outros? Sim e os outros, os vindouros? Como irão eles encarar tudo isto? Como vão encarar esta queima de património que seus pais herdaram de seus avós, que por sua vez haviam herdado dos seus bisavós e estes tinham herdado de seus antepassados... Era uma cadeia que agora se quebrou. Uma cadeia a qual, temo, esteja irremediavelmente perdida.
Nestas horas todos falamos de perda... Uma reacção semelhante àquela que se tem perante a morte, imergindo sentimentos de perda, de dor ou simplesmente de resignação.
Todos nos reportamos a uma mancha verde que se esfumaça para o além e que, num passe de muita dor, transforma a nossa visão sensorial desnudada. Negra! Como se queséssemos ver, em todo horizonte, o esqueleto terrestre reduzido a cinzas. Como se a raiva fosse contra o chão que pisamos. Quando afinal essa mancha verde era a seiva da NOSSA vida! Era a nossa riqueza, agora ao desbarato.
A natureza veste o seu fragilizado solo com um manto negro e, como qualquer viúva, chora seu marido e os seus filhos perdidos... esfumaça aqui e ali réstias de dor. A sua manta morta volatilizou-se seus filhos (os animais) jazem carbonizados, feridos ou assustados com o inferno que desabou no habitat. A sua casa foi colhida pelo maior ladrão conhecido, o fogo, aquele que quando solto sorve tudo por onde passa leva, por vezes, até as paredes... para trás ficam anos e anos de uma luta dura de sobrevivência esfumaçada num ápice de vida.
A quem interessa esta dor?
A quem interessa tamanha pobreza?
De Anónimo a 18 de Agosto de 2005 às 18:18
A quem interessa eu não te sei dizer.Mas tem de interessar a alguém.De há uns anos para cá é uma desgraça.Pessoas,animais que perdem a vida,bens,haveres...e todos nós perdemos uma coisa que era uma riqueza nacional.As nossas areas de floresta,que neste momento são simples paus queimados.Não me sai da cabeça que tem de haver muitos interesses em tanto incêndio. kaldinhas
(http://kaldinhas.blogs.sapo.pt/)
(mailto:kaldinhas@sapo.pt)
De diana a 13 de Fevereiro de 2007 às 11:58
esta frase é linda. por vezes não nos apercebemos da beleza que existe a nossa volta........
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